E com o passar dos dias a gente vai se cansando da inalterabilidade da vida, nem tudo tem um sentido concreto, em decorrência disso, você sente algo inexplicável, uma infinita vontade de jogar tudo pra o alto e desistir. Considero isso uma consequência da difícil caminhada da vida, caminhada essa que chega a ser um grande desafio, onde é preciso passar por tudo: pelo desânimo, pela desesperança, pela sensação de fracasso e fraqueza, passar por novas árvores e dezenas de novas ruas, passar por tantas paisagens novas que acabam despertando vontade de continuar, então seguimos caminhando, sempre caminhando, mesmo que sem rumo, então quando você acha que mais nada pode acontecer, aparecem situações onde caminhar não é o suficiente, você precisa nadar, então você pula, engole muita água, sente dor no corpo, cai em si, começa mexer os braços e pensa: ou eu nado, ou morro. E você decide viver, mesmo que para isso tenha que morrer nadando, então continua, na infinita busca de um algo que nem nós mesmos sabemos o que é e mesmo assim temos a confiança que algo melhor estar por vir, e continuamos, caminhando, remando, nadando, com a hipótese que isso talvez um dia tudo faça sentido e todos esses desafios valham a pena, ou não.

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